Há 12 anos
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Dicionário
Abstrair: compre um fone de ouvido. Não daqueles pequenos, de encaixar na orelha. Um dos grandes, que abafam qualquer som à sua volta. Faça isso, e só.
domingo, 30 de novembro de 2008
A falta
- Preciso sair para fumar um cigarro.
- Tudo bem, nós podemos parar um pouco.
A moça larga o alicate em cima da toalhinha verde manchada de esmalte vermelho.
- Você tem um cigarro?
- Não, talvez alguma cliente tenha.
- Eu nunca fumei um cigarro na minha vida.
- Como é que é?
- Nunca coloquei um cigarro na minha boca.
- Então, por que precisa de um cigarro? Por que precisa sair para fumar? - a pergunta
acompanhada do olhar previsível de incredulidade.
- Não sei, só sei que eu preciso.
- Tudo bem, nós podemos parar um pouco.
A moça larga o alicate em cima da toalhinha verde manchada de esmalte vermelho.
- Você tem um cigarro?
- Não, talvez alguma cliente tenha.
- Eu nunca fumei um cigarro na minha vida.
- Como é que é?
- Nunca coloquei um cigarro na minha boca.
- Então, por que precisa de um cigarro? Por que precisa sair para fumar? - a pergunta
acompanhada do olhar previsível de incredulidade.
- Não sei, só sei que eu preciso.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
segunda-feira, 26 de maio de 2008
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Very nice
Essa preocupação em tentar fazer tudo ficar mais bonito, parecer certo, poético e musical vem de onde? E não deveriam todas as coisas que já foram e são escritas serem bonitas? Do mais tosco ao mais trabalhado, tudo não é a mesma qualidade de produção humana?
O bilhete de recortes de letras de jornais anunciando o seqüestro não teria o mesmo valor de um poema do Pessoa? É tudo vida.
Vida derramada em ações que quase ninguém enxerga. E quando param para ler, assistir ou ouvir gastam três segundos em um suspiro quase que imperceptível e insignificante e dizem: "legal". Sem nem desconfiar o quanto elas próprias estão inseridas naquela pequena quantidade de tinta.
O bilhete de recortes de letras de jornais anunciando o seqüestro não teria o mesmo valor de um poema do Pessoa? É tudo vida.
Vida derramada em ações que quase ninguém enxerga. E quando param para ler, assistir ou ouvir gastam três segundos em um suspiro quase que imperceptível e insignificante e dizem: "legal". Sem nem desconfiar o quanto elas próprias estão inseridas naquela pequena quantidade de tinta.
Delicatessen
Faz a arte pela arte, sem repressões. Diga que Pedro ama Mariana mesmo tendo trepado duas vezes com Patrícia ontem.
Mas ele sonhou que ela descobria e mandou flores. Rosas, apenas rosas. Compradas naquela floricultura da esquina, um prédio velho pintado de verde, do lado da sorveteria decadente que vende sorvetes com muito gosto de leite; e não na bonita de vidro, ao lado da delicatessen.
Tão nu e cru sem ser insosso.
Mas ele sonhou que ela descobria e mandou flores. Rosas, apenas rosas. Compradas naquela floricultura da esquina, um prédio velho pintado de verde, do lado da sorveteria decadente que vende sorvetes com muito gosto de leite; e não na bonita de vidro, ao lado da delicatessen.
Tão nu e cru sem ser insosso.
30 minutos ou algo mais
O que seria de nós sem isso? Isso, isso e isso? Isso, e não aquilo. Isso de beleza, de poético, de sublime. Devastador.
Tira toda a suavidade da pele.
Tira toda a suavidade da pele.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Remissão
Tua memória, pasto de poesia,
tua poesia, pasto dos vulgares,
vão se engastando numa coisa fria
a que tu chama: vida, e seus pesares.
Mas, pesares de quê? perguntaria,
se esse travo de angústia nos cantares,
se o que dorme na base da elegia
vai correndo e secando pelos ares,
e nada resta, mesmo, do que escreves,
e te forçou ao exílio das palavras,
senão contentamento de escrever,
enquanto o tempo, em suas formas breves
ou longas, que sutil interpretavas,
se evapora no fundo de teu ser?
Carlos Drummond de Andrade
tua poesia, pasto dos vulgares,
vão se engastando numa coisa fria
a que tu chama: vida, e seus pesares.
Mas, pesares de quê? perguntaria,
se esse travo de angústia nos cantares,
se o que dorme na base da elegia
vai correndo e secando pelos ares,
e nada resta, mesmo, do que escreves,
e te forçou ao exílio das palavras,
senão contentamento de escrever,
enquanto o tempo, em suas formas breves
ou longas, que sutil interpretavas,
se evapora no fundo de teu ser?
Carlos Drummond de Andrade
Eu preciso de um espelho
Mude, para não deixar que a própria mudança cuide-se de fazer isso. E sem que você perceba.
Simples assim?
O que a criatividade e a inteligência têm em comum? Quais são as diferenças entre a criatividade e a inteligência?
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Em cima da cadeira
Sabe o que é uma coisa legal? E que pode se encaixar naquele velho papo de "procure a felicidade nas coisas simples"? Roupas usadas ainda não sujas.
Aquela camisa que você usa uma vez e ainda dá pra usar de novo. É claro que usar roupas limpinhas com cheiro de amaciante é uma delícia, mas nada se compara às roupas semi-sujas. Elas têm experiência, têm história. É a melhor sensação que se pode ter no quesito vestuário.
Aquela camisa que você usa uma vez e ainda dá pra usar de novo. É claro que usar roupas limpinhas com cheiro de amaciante é uma delícia, mas nada se compara às roupas semi-sujas. Elas têm experiência, têm história. É a melhor sensação que se pode ter no quesito vestuário.
Le début
Eu sempre quis escrever algo, eu sempre quis ter um blog. Eu quero escrever um livro. Grande coisa?
Como surgem as idéias para serem escritas nos livros? Existe no mundo alguma idéia que ainda não tenha sido escrita?
Provavelmente alguém já teve a idéia de perguntar isso.
Como surgem as idéias para serem escritas nos livros? Existe no mundo alguma idéia que ainda não tenha sido escrita?
Provavelmente alguém já teve a idéia de perguntar isso.
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