quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

days of Summer

- We've been like Sid and Nancy for months now...
- Summer, Sid stabbed Nancy...seven times with a kitchen knife. I mean, we've had some disagreements but I hardly think I'm Sid Vicious.
- No, I'm Sid!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Nada

Nada me prende ao passado, senão minhas próprias ilusões, minhas próprias inseguranças.

domingo, 5 de abril de 2009

And the Oscar goes to

Mayara diz:
aham
no cine
nossa RÁ
eu chorei no final
e é difícil eu chorar em filme
mas assim
não foi só o choro
foi uma emoção diferente
sabe quando você fica contagiada pelo clima do filme?
aquela coisa boa e sublime?
aquela fé...

sábado, 7 de março de 2009

Infelizmente, nem sempre é assim. Quando realizo publicamente o que seriam os seus desejos mais secretos (ainda que você não admita que sejam), você me odeia. Odeia-me, pois consigo ser seguro onde você fraqueja. Consigo ser forte onde você é fraco (ou, na sua cabeça, ser fraco onde você se imagina forte). Odeia-me, porque estou ali saboreando intensamente, na sua frente, sem nenhum pudor, o seu desejo mais ardente, mas que você não se permite realizar. Isso te incomoda. Incomoda muito. Não deveria ser assim. E é justamente nessa hora que você tenta me tocar e tal e qual a imagem no espelho, não consegue. Você quer me mudar, quer me transformar, quer que nossos medos, conflitos e desejos sejam os mesmos. Não aceita que eu posso ser feliz sendo diferente de você e isso te traz dor. Não deveria ser assim.

Fabio Gonçalves Rosa

sábado, 31 de janeiro de 2009

Chão de Giz

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas em jornais de folhas,
amiúde
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes

Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de
vênus
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom

Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra
vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de boy, that's over baby! Freud explica
Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval
E isso explica por que o sexo é assunto popular

No mais
Estou indo embora
No mais
Estou indo embora
No mais

Zé Ramalho

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Dicionário

Abstrair: compre um fone de ouvido. Não daqueles pequenos, de encaixar na orelha. Um dos grandes, que abafam qualquer som à sua volta. Faça isso, e só.

domingo, 30 de novembro de 2008

A falta

- Preciso sair para fumar um cigarro.
- Tudo bem, nós podemos parar um pouco.
A moça larga o alicate em cima da toalhinha verde manchada de esmalte vermelho.
- Você tem um cigarro?
- Não, talvez alguma cliente tenha.
- Eu nunca fumei um cigarro na minha vida.
- Como é que é?
- Nunca coloquei um cigarro na minha boca.
- Então, por que precisa de um cigarro? Por que precisa sair para fumar? - a pergunta
acompanhada do olhar previsível de incredulidade.
- Não sei, só sei que eu preciso.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mayara diz:
sabe quando você quer falar e não tem palavras?
Mayara diz:
acho que foi assim a minha vida toda

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A rotina faz com que as idéias se escondam. O cafézinho faz com que elas explodam e evaporem por tempo indeterminado. Assim há lugar para os resquícios da explosão, poucas partes soltas.

Mas elas sempre voltam.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Very nice

Essa preocupação em tentar fazer tudo ficar mais bonito, parecer certo, poético e musical vem de onde? E não deveriam todas as coisas que já foram e são escritas serem bonitas? Do mais tosco ao mais trabalhado, tudo não é a mesma qualidade de produção humana?

O bilhete de recortes de letras de jornais anunciando o seqüestro não teria o mesmo valor de um poema do Pessoa? É tudo vida.

Vida derramada em ações que quase ninguém enxerga. E quando param para ler, assistir ou ouvir gastam três segundos em um suspiro quase que imperceptível e insignificante e dizem: "legal". Sem nem desconfiar o quanto elas próprias estão inseridas naquela pequena quantidade de tinta.